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Não é deste mundo

Ele é amado ou odiado, ninguém permanece inalterado por ele: O cantor do Tokio Hotel, Bill Kaulitz está a caminho de se tornar uma estrela global. Pela primeira vez, o músico maduro fala do peso da fama, seus medos, a saudade de um amor verdadeiro - e apresenta-se em um look completamente novo.

Senhor Kaulitz, você se tornou uma estrela com quinze anos e há cinco anos você está vivendo permanentemente em circunstâncias excepcionais. Quando você olha para trás, o que sente?

Os primeiros anos foram como um flash. Nós não tínhamos que ir para a escola mais, porque ela estava cercada o tempo todo. Eu, claro, pensei que isso era ótimo. Nós poderíamos fazer o que queríamos. Mas havia também um outro lado. Lembro-me que queria comemorar meu aniversário de 16 anos, mas eu tive que dar algumas entrevistas. É difícil desenvolver esta disciplina e acomodar a essas coisas, foi cansativo.

Dois anos atrás, você perdeu a sua voz durante um show e teve que se submeter à cirurgia. Agora você está em turnê com sua banda Tokio Hotel, e você vai tocar 32 concertos em 19 países. Quão grande é o medo de que isso aconteça de novo?

Eu sempre carrego este medo em mim, nunca me deixa. Mas eu já fiz alguns concertos desde então. Tudo vai dar certo.

Naquela época, você pensou que não seria capaz de cantar de novo?

Às vezes, sim. Minha vida inteira é baseada em minha voz, por isso foi um tempo tão horrível. Eu estava sentado sozinho no meu quarto de hotel em Berlim, enquanto a banda esperou por mim para voltar a Barcelona, para continuar a tour. Eu não podia falar. Eu não poderia mesmo sair, porque todo o hotel foi

por paparazzi. Eu me senti muito impotente. A turnê teve que ser cancelada. Estou contente que isto ficou para trás agora.

Tokio hotel foi ridicularizado como uma breve sensação adolescente no início. Enquanto vocês estão no melhor caminho para se tornarem astros globais. É uma satisfação para você, poder mostrar aos críticos que eles estavam errados?

Eu estou acima disso agora. Foi importante para eu provar que não somos um dos artistas de um sucesso só quando o nosso segundo álbum foi lançado. Agora esclarecemos isso.

Você tocou em Paris, em frente de uma multidão de 500 000 pessoas, depois você teve um convite do presidente do estado. O que você sente em tais momentos?

Fico muito, muito nervoso antes dos shows. Minha garganta aperta, meu coração começa a bater rápido e minhas mãos começam a tremer. Então, quando estou no palco, tudo acontece como se estivesse em transe. Após o concerto muitas vezes não sei o que fiz no palco. Os tipos de movimentos acontecem automaticamente.

Você está sob observação permanente, também através dos paparazzi. Será isto uma satisfação ou uma impertinência para você?

Eu não posso viver com a fama, e eu não posso viver sem ela. Há dias, onde eu gostaria de poder andar nas ruas sem ser descoberto. Mas o que devo fazer? Bill Kaulitz como um trabalhador de escritório, sentado em frente do computador - que viria a ser dilapidado. As coisas que eu faço, eu faço melhor. Erguendo-se num palco e entretendo as pessoas. Fico ansioso quando eu assisto TV e vejo uma premiação onde os Tokio Hotel não estão presentes. Eu quero estar no topo. Essa é a minha força interna. É o que está me segurando junto.

Sua banda polariza a massa. Ou os amam ou os odeiam ...

... E é assim que deve ser. A coisa mais horrível que pode acontecer é quando as pessoas não se importarem mais comigo ou com o que eu fiz. Tokio Hotel deve despertar fortes emoções em uma pessoa. Claro que eu poderia me vestir normalmente pela manhã, para não me destacar, mas este simplesmente não é quem eu sou.

Existe apenas um Bill artificial?

Não é que me assuste quando olho para o espelho pela manhã, mas o Bill que usa maquiagem é muito mais próximo de mim. Mas eu também não sou apenas um personagem artificial, como muitas pessoas ainda pensam. Os que fizerem um esforço para olhar fotos antigas da minha infância, vai ver que eu sempre andei por aí assim.

Você cresceu em uma aldeia com 700 habitantes, perto de Magdeburgo, com o seu irmão gêmeo, Tom.

Minha infância foi uma longa luta. Eu sabia que, ao entrar no ônibus escolar pela manhã, que metade ririam de mim e a outra parte me insultaria. Meu irmão Tom e eu sentiamos como alienígenas no planeta errado. Às vezes nosso padrasto tinha que nos buscar no ponto de ônibus com o nosso cão e um bastão de baseball, para que não fossemos espancados.

Você busca essa provocação?

É claro. Eu não torno a vida fácil para mim. Eu queria provocá-los. Eu gostei quando entrei na escola de manhã e quando metade dos nossos colegas se viraram. Eu sei que soa um pouco neurótico e doente, mas isso é como foi. Eu poderia nunca ter vivido com o fato de que todo mundo gosta de mim, porque eu cresci com pessoas polarizadas.

Será que o ódio contra você surpreendeu-o no início de sua carreira?

Quando eu assisto nossas performances e vídeos antigos eu começo a pensar. Nós éramos tão jovens e inocentes e tínhamos aquelas carinhas de bebê. E então houve esse ódio enorme por nós. Não foi só uma vez que as pessoas me chamaram de gay. Hoje acho que é divertido. Eu entendo que algumas pessoas tiveram essa impressão, mas que os jornais continuem escrevendo sobre isso me faz pensar. Isso faz as pessoas perderem o interesse por agora.

Talvez isso aconteça porque você nunca apareceu na companhia de uma mulher?

Sim, essa é a grande lacuna na minha vida. Eu não me apaixono desde que tinha quatorze anos. É difícil para mim confiar nas pessoas. Pode soar clichê, mas estou procurando uma menina que seja como uma alma gêmea para mim. Eu sou muito romântico e eu estou realmente esperando meu verdadeiro amor. Mas eu podia vomitar quando as meninas vêm até a mim em uma festa e me fazem perguntas como "Ei, não te conheço de algum lugar. Você não é um músico? ". Esse é um momento onde eu fico tenso - mas honestamente, eu não sei como você poderia começar a falar comigo sem que isso aconteça.

Seu irmão gêmeo Tom é mais solto quando se trata de lidar com os fãs do sexo feminino. Você o inveja por isso?

É claro. Invejo todos os que possam lidar com situações como essas mais à vontade. Naquela época, Tom era o único que tinha uma garota diferente com ele depois de cada "After-Show-Party", enquanto eu estava deitado na minha cama, de volta ao hotel. Sexo com groupies me enoja. Eu odeio tanto quando as garotas começam a se oferecer, apenas para estar em uma imagem que será impressa em um dos jornais de amanhã. Tom é diferente quando se trata disso. Mas, às vezes, quando eu gosto de uma menina, eu peço a ela para manter contato, para telefonar e continuar escrevendo mensagens curtas com ela. Nós sabemos tudo um do outro.

Quão grande é o receio de que uma garota venda sua história para um dos tablóides?

Nós sempre calculamos essa possibilidade. Nós sabemos o que poderia acontecer, por isso sempre enviamos mensagens curtas para elas, de certa forma, com as quais poderíamos viver quando elas vendessem essa história para os tablóides. É simples assim.

É ainda possível para você levar uma vida normal na Alemanha?

Para nós, a Alemanha é tipo como uma enorme casa do Big-Brother. As pessoas estão sempre nos observando. Você pode encontrar um artigo em um dos jornais quase todos os dias desde que eu tenho quinze anos. Estamos sempre enchendo as colunas de fofocas. No exterior, isso é diferente. Estamos ficando percebidos como músicos lá, não como pessoas que você pode fofocar sobre.

Por que você não está se afastando da Alemanha, assim como outras celebridades?

Eu gosto da Alemanha. É onde minha família vive, e é onde está meu lar. Em que moro com meus quatro cães e Tom, em uma bela casa com uma grande propriedade. Quando eu fecho a porta, eu posso descansar. Eu não teria coragem de virar as costas à Alemanha.

Temos a impressão de que você amava mais o exterior do que aqui.

Não há uma única pessoa na Alemanha que ouviria a nossa música, sem preconceitos. Era uma vez uma pesquisa na TV, onde eles deixavam os pedestres ouvir a nossa música sem saber de quem ela era. A maioria deles estavam emocionados. Tão logo souberam que era Tokio Hotel fizeram uma cara... Isso diz tudo!

Há alguns meses, seu colega de banda Gustav foi atingido com uma garrafa de cerveja na cabeça. Você está com medo de assassinatos?

Eu acho que isso poderia acontecer comigo. Houve situações no tapete vermelho, onde nossos guarda-costas tiveram que puxar pessoas - que tinham camuflado-se como fãs - para fora da multidão, porque estavam lá com uma faca em suas mãos. Eu também estou sempre tenso enquanto caminho pelo aeroporto. Eu mantenho minha cabeça abaixada e respiro com dificuldade. Às vezes eu me vejo de fora e penso: "Ei, Bill, relaxa!" Mas isso não funciona.

Como você gasta seu tempo livre?

No passado eu ia à clubes de vez em quando porque eu queria estar entre as pessoas. Eu pensava que isso tinha que funcionar, mas logo que entrei no clube, tive que sentar em uma das cabines no canto e deixar-me ser olhado pelas pessoas. Eles mantiveram seus celulares sobre as barreiras e tiraram fotos, como se estivessem em um jardim zoológico. Eu só posso relaxar quando estou longe de tudo isso. Recentemente eu estava nas Maldivas com Tom, mas mesmo lá paparazzi tiraram fotos de nós.

Recentemente, você nos surpreendeu com sua aparição como modelo durante a Semana da Moda de Milão. Como chegou a isto?

Foi um sonho que realizei. Já com sete anos eu comprava camisetas baratas e jeans para fazer minhas próprias roupas customizadas. Quando chegar a hora, eu vou desenhar minha própria coleção, mas eu quero fazer isso de verdade e não apenas como um trabalho paralelo ao de fazer música.

O que você diz sobre a acusação de que você está, aparentemente, anoréxico?

Isso me aborrece. Se as pessoas fizessem um esforço para realmente investigar, isso não seria mais um tópico. Basta dar uma olhada em fotos minhas desde há cinco anos ou olhar fotos antigas de minhas férias. Eu era tão magro como eu sou hoje. Eu sempre fui assim.

Seu irmão, Tom diz que vocês dois fumaram maconha e beberam álcool com 13 anos. Como estão abstinentes hoje?

Desde que eu estou realmente com medo de perder o controle, a droga nunca teve a chance de me viciar. Eu tentei um monte de coisas em uma idade precoce, e é por isso que eu posso deixar isso ir agora. Eu nunca poderia me apresentar num concerto, ao ter tomado alguma coisa antes. Isso é inimaginável!

Com apenas 20 anos de idade você se encontrou com um monte de outras celebridades. Quem mais te impressionou?

Jay-Z nos surpreendeu por assistir um dos nossos concertos em LA, depois, saímos para jantar com ele. Isso foi ótimo. E Karl Lagerfeld também me impressionou. Talvez isso soe ridículo, mas eu acho que poderia me relacionar com Britney Spears muito bem. Nós meio que levamos uma vida semelhante no passado, então nós provavelmente seriamos capaz de dizer muito um ao outro.

É verdade que você é um fã de Angela Merkel?

Sim, eu gosto muito de Angela Merkel. Ultimamente ela tem sido muito criticada, mas eu tenho que dizer que eu continuo confiando nela. Eu acredito nela.

tradução_pt: THCBR

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